The good old ugly & the good new beauty 

Posted in cycle to work on 29 de Junho de 2016 by Humberto

A BICICLETA DE PABLO NERUDA

Posted in cycle of live with tags , on 19 de Novembro de 2013 by Humberto

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Hyères, France, 1932 – Foto: Henri Cartier-Bresson (© Henri Cartier-Bresson/ Magnum Photos)

Todos os dias são forjados pela esperança de um Mundo mais livre, mais justo. Todos os dias amanhecem com o brilho das vidas dos homens que lutaram e lutam para o cumprimento do sonho da Liberdade e da emancipação.

Assinala-se este ano 4 décadas da morte do poeta chileno Pablo Neruda. Dos milhões de palavras que deixou ao amor, à mulher, ao Homem, Neruda escreveu esta Ode à Bicicleta, ou não fosse ela um veículo libertador.

Oda a la Bicicleta   

iba
por el camino
crepitante:
el sol se desgranaba
como maíz ardiendo
y era
la tierra
calurosa
un infinito círculo
con cielo arriba
azul, deshabitado.

pasaron
junto a mí
las bicicletas,
los únicos
insectos
de aquel
minuto seco del verano,
sigilosas,
veloces,
transparentes:
me parecieron
sólo movimientos del aire.

obreros y muchachas
a las fábricas
iban
entregando
los ojos
al verano,
las cabezas al cielo,
sentados
en los
élitros
de las vertiginosas
bicicletas
que silbaban
cruzando
puentes, rosales, zarza
y mediodía

pensé en la tarde cuando los muchachos
se laven,
canten, coman, levanten
una copa
de vino
en honor
del amor
y de la vida,
y a la puerta
esperando
la bicicleta
inmóvil
porque
sólo
de movimiento fue su alma
y allí caída
no es
insecto transparente
que recorre
el verano,
sino
esqueleto
frío
que sólo
recupera
un cuerpo errante
con la urgencia
y la luz,
es decir,
con
la
resurrección
de cada día.

Pablo Neruda, 1956

Salvador Allande e Pablo Neruda

Salvador Allende e Pablo Neruda

BICICLETAS PARA A ESTRADA JÁ!

Posted in cycle of sighns with tags , , on 18 de Novembro de 2013 by Humberto

cais das colunas

Tenho passado nos últimos meses, muitas horas ali para os lados do Terreiro do Paço. Volta não volta e estou de plantão à porta do Ministério da Troika à espera que mais um rol de maus presságios escorra dos gabinetes, desça pelos microfones e se abata sobre o nosso futuro. Pela porta da rua entra a luz dum Tejo a correr para o mar mas sem força para lavar a cidade nem levar a mágoas. Lá fora passam bêbados curiosos, namorados resignados, desempregados arrumados e arrumadores empregados, polícias desesperados, prostitutas baratas, turistas assustados, bombeiros apressados, donas de casa atrasadas, carros a apitar, pedreiros a xingar. E muitas bicicletas.

Raras vão sendo as oportunidades de prender o olhar a Lisboa e para ouvir falar de liberdade escolhi descer ao rio e embalar-me pelo piar das gaivotas. Estava o céu vestido de azul e aquecia a fria manhã de domingo. Uma pequena praia deixava-se mostrar na maré baixa e o rapaz que faz do cais palco encantava tainhas e um par de alforrecas asfixiadas, enquanto todos os outros seres vivos tentavam imaginar como seria só ouvir o rio. A calmaria das águas contrastava com a corrente de ciclistas equipados a preceito para uma volta ao Alqueva, que ia e vinham pela estreita calçada. Mas porque raio não vai aquela gente toda na estrada?

Passam diariamente dezenas de bicicletas na cidade que se estende de Santa Apolónia ao Cais do Sodré. Muitas são levadas pela estrada, altivas e afirmativas, donas do seu lugar. Outras mais amedrontadas vão cuidadosas pelo passeio do lado do antigo Paço e deixam-se ficar a fazer preguiçosos oitos na Praça do Comércio. Muitas seguem ainda covardemente, fugazes por entre quem foge para apanhar o barco, pelo passeio em frente ao Cais das Colunas, esgueiram-se por entre distraídos fotógrafos de ocasião, driblam carrinhos de bebé, rabeando a sorte pelo meio do azar do peão.

O que faz um tipo sair de casa enfiado em lycra dos pés à cabeça, pôr-se em cima dumas boas centenas de euros e, em vez de ir pedalar para o monte, ir chatear quem vai a passear? Pelo passeio! Parecem putos, uma cambada de miúdos medricas mascarados de homens, todos equipados como nas fotografias dos catálogos da marca da bicicleta preferida, mas que não se atrevem a pôr um pedal na estrada. Às tantas, ia eu na direcção do poente, ali onde as eternas obras da Ribeira das Naus obrigam a caminhar por um corredor de grades, ouço um compincha a dizer ao outro “até Santos? mas assim tem que ser pela estrada…”. O mesmo pessoal que afugenta aos gritos e solta impropérios de cada vez que um peão pisa aquela espécie de ciclocoisa mais à frente a caminho de Belém, foge para a calçada como se o asfalto queimasse os pneus xpto-de-corrida! Até quando? Apre!!!

Aufsteigen, bitte!

Posted in cycle to know with tags , , , on 11 de Novembro de 2013 by Humberto

mercedes_bike

A Alemanha pode ser o motor da Europa por algumas boas e algumas más razões. É sobretudo um país onde se tenta fazer sempre melhor. Um país grande e diverso em que a bicicleta há tempo ganhou o estatuto de primeira escolha. Os índices de transporte urbano em duas rodas podem não ser os mais altos mas são bastante invejáveis. Nuremberga desenvolve desde 2009 um ambicioso projecto de promoção da bicicleta. Em quatro anos Nuremberga é mais ciclável e muito mais ciclada.

Os responsáveis alemães pelo projecto foram recentemente até Copenhaga e fizeram um filme inspirador. Copenhaga é a cidade que mais se tem afirmado como líder da promoção da bicicleta urbana. Pelo cruzamento de vertentes paisagísticas e arquitetónicas, do planeamento urbano alicerçado numa gestão sustentada do espaço público e das redes de transporte, e sobretudo pela colocação do Homem enquanto ser social, como centro do desenho urbano, Copenhaga tornou-se num verdadeiro berço e laboratório de ideias, um bebedoiro de modernidade onde todo o mundo vai beber um pouco de saber.

O filme está narrado e algumas entrevistas são em Alemão. Eu não encontrei nenhuma versão legendada em Português ou sequer em Inglês, mas como as entrevistas feitas na capital Dinamarquesa foram respondidas no idioma de Bradley Wiggins, vale bem a pena ouvir. E ver já que as imagens duma cidade submersa em bicicletas é sempre muito refrescante! Imaginem se eles tivessem este nosso fantástico clima! Os entrevistados são Camilla van Deurs, Partner Gehl Architects, Mikael Colville-Anderson do Copenhagenize e a Andres Røhl, Manager of Cycling em Copenhaga.

E já agora, alguém que daí desse lado saiba como, faça o favor de fazer chegar este filme às vereações municipais. Quem dera que valesse a pena fazer chegar até ao Governo mas como o filme passa o tempo a falar em diferentes formas de investimento público, o mais certo era o actual secretário de estado dos transportes (com letra pequenina, muito pequenina de propósito) fazer logo um dos seus discursos, com as habituais doses de desconhecimento, lugares comuns e demagogia barata!

A BICICLETA ESTÁ A PASSAR POR AQUI

Posted in cycle to know with tags , , , , on 8 de Novembro de 2013 by Humberto

fotografia

Está a nascer a mais fantástica loja de bicicletas de Lisboa e arredores! Tal como uma bicicleta, tem três pontos de apoio.

Os pedais do projecto são a RCICLA que mudou as armas e as bagagens de Algés para a 24 de Julho. Bicicletas com personalidade, montadas ao gosto de cada cliente mas mais importante, de acordo com o bolso de cada um. Além de bicicletas completas, há bicicletas às peças -literalmente! acessórios vintage e uma oficina onde a experiência se alia à boa disposição.

Dia 24 de Novembro abre, por assim dizer o guiador: a RCICLA RENTALS. Um projecto único porque não permite concorrência no preço nem no serviço. Bicicletas perfeitas para conhecer Lisboa a um preço imbatível: 5€/dia! A ideia veio do país das bicicletas e se é verdade que Lisboa não é Amesterdão, mais verdade é que há ideias que podem e devem ser replicadas com garantia de sucesso. A RCICLA RENTALS é para quem quer conhecer a cidade e ficar com trocos no bolso para a bucha.

A terceira novidade, que podemos considerar o assento desta bicicleta, é a reabertura do GRÉMIO, o saudoso café para quem tem pedal (eu escrevi mesmo isto?). Um espaço aberto à partilha, onde a bicicleta será o ponto de partida para a conversa, exposições, livros, música, Le Tour, e o mais que houver.

Independentemente dos caminhos por onde as ciclovias e outras minudências nos levarem, a bicicleta está de certeza a passar por aqui!

MENTALIDADE SEGURA

Posted in cycle of sighns with tags , , , , , on 5 de Novembro de 2013 by Humberto

esquemaA segurança dum ciclista na estrada é posta em causa não pela acção concreta dos automobilistas mas sobretudo pelas ideias de segurança que tem a grande maioria dos automobilistas. Eu explico.

É legítimo um automobilista, ou qualquer outra pessoa, achar que quem pedala na estrada põe em risco a própria segurança, e até a segurança dele, automobilista. É razoável que quem de dentro dum automóvel, olha aqueles que se transportam em cima duma estrutura frágil, sem nada que os proteja dos elementos para além da própria pele e enfrentam na mesma arena máquinas muito mais fortes e velozes, pareça estar a arriscar muito e dessa forma, a pôr em risco a própria segurança.

Por haver um efectivo risco quando se anda de bicicleta no meio do trânsito automóvel, é reconhecida a necessidade de adaptar e actualizar a legislação, especialmente o Código da Estrada (CE), de maneira a aumentar a segurança para todos os utilizadores das vias. Mas uma vez publicadas as regras ideais, ficaríamos todos mais seguros? Como se implementa uma lei que obriga os automobilistas a passarem a pelo menos metro e meio dum bicicleta?

Um rápido olhar pela janela e damo-nos conta de como, apesar de tantas regras e sinais, o estacionamento automóvel é livre. quase anárquico. Ou como as velocidades impostas como limite, são na verdade e quase sempre as velocidades mínimas.

Não é o CE que vai fazer os automobilistas deixarem de me passar tangentes na Marginal. Muito menos será a polícia a medir as ultrapassagens irregulares. Quando tenho de ser automobilista existe uma única razão pela qual me afasto dum ciclista para uma distância segura e só então o ultrapasso. E essa é a única razão que fará com que outro qualquer automobilista se afaste também: a consciência de que ao agir doutra maneira, poria sempre uma vida em risco.

Em cidades onde a bicicleta é um alien, ainda que um alien simpático, é impossível circular sem rolar pelo passeio, desmontar sempre que se cruza numa passadeira, respeitar todos os semáforos ou nunca passar um verde-tinto, descer uma rua em contra-mão. Quer dizer, não é que seja uma impraticabilidade pura, é mais uma coisa natural já que um ciclista sente-se sempre mais próximo do peão que dum veículo motorizado. Andamos, vemos e ouvimos como um peão e é normal que interajamos com o meio duma semelhante maneira.

Faz sentido tirar as bicicletas do passeio quando se continuam a desenhar ciclovias pelo meio da calçada? Estender uma carpete vermelha pelo meio dum velho e esburacado tapete não é um convite ao “passeio”? Claro que é! É mais ou menos como marcar um seminário sobre nutrição na Confeitaria do Marquês.

A alteração das regras só é motor para mudar as mentalidades se houver implementação efectiva ditas. Embelezar os calhamaços sem cuidar do lado prático pode até contribuir para a ideia de que a “lei” não serve para nada. Tirar as bicicletas do passeio porque assim obriga a segurança dos peões, vai fazer com que, à medida que em Lisboa e noutras cidades, forem crescendo as áreas pedonais, estas sejam proibidas aos ciclistas. E isso não faz sentido nenhum!

Neste interessante artigo é sugerido o que pode a cultura da bicicleta no Japão ensinar ao Reino-Unido. Podemos aprender todos uns com os outros desde que acertemos na ideia que o que é essencial mudar são as mentalidades.

autocarro

A TRIBO DO CALENDÁRIO

Posted in cycle of sighns with tags , , , on 20 de Outubro de 2013 by Humberto

bicicleta-indioSair por aí pedalando é ainda uma excentricidade para a grande maioria das pessoas que têm neste rectângulo o, por enquanto, lugar de poiso. Não é à toa que se ouvem barboseiras verdadeiramente admiráveis ou que se continuam a espalhar ciclóvias por Lisboa como quem constrói um cardápio de como aprender fazendo.

Hoje não vou por aí. Hoje vou deixar de lado as analogias de começar-a-construir-a-casa-pelo-telhado ou e-se-pavimentassem-as-ruas-primeiro ou o desesperante e-se-ordenassem-o-estacionamento, etc, etc, etc. Hoje vou-me ficar por uma coisa mais prosaica e e refrescante, particularmente para quem começa uma semana sem o totoloto no bolso nem ao menos a notícia do pedido de asilo de Passos, Machete, Cavaco & Co lá pelas terras do Panamá.

São engraçadas as tribos da bicicleta. Todas. Ainda não me percebi bem a minha mas gosto bué do pessoal que leva a coisa a rigor. Como somos poucos, mesmo que cada vez mais mas ainda poucachinhos, gostamos de nos identificar com aqueles que comungam dum gosto semelhante ao nosso, por exemplo por um certo tipo de bicla. Somos até capazes de adoptar uma determinada e muito a preceito indumentária, como se dum traje se tratasse. Adoptamos comportamentos de clã, do tipo só cumprimentamos o pessoal que tenha uma bicicleta com campainha ou os que tenham suspensão traseira.

Acho divertido, a sério que acho, sem pedantismos. Somos até capazes de elaborar filosoficamente sobre as vantagens para a defesa causa inerentes à militância numa e não noutra tribo. É ou não é? Os chics sabem lá como é que se promove a utilização da bicicleta ou parar num semáforo praquê? Ando a pensar em tatuar uma pedaleira na… Ui!

Enfim, também não é bem por aí que quero ir hoje e como a segunda-feira está quase a dar volta ao relógio, fica aqui em baixo uma razão para pormos em causa o universal, embora nunca provado, antagonismo entre os adeptos da fibra que tornou o senhor Du Pond ainda mais rico e os que preferem ensopar de suor o melhor tweed escocês. E já que o 2013 se encaminha para os finalmentes, podem sempre começar a escolher o calendário.

… E AGORA, ALGO DIFERENTE

Posted in cycle to know with tags , , , , , on 18 de Outubro de 2013 by Humberto

Os níveis de debate têm sempre a ver com o estado em que os debatentes se encontram. Por isso é que há sempre, em matérias que digam respeito a tudo o que gira à volta das bicicletas, alguém que está tantos anos, ou mesmo mundos, à frente do nosso dia-a-dia ciclista.

Da mesma forma que podemos aprender muito sobre como resgatar a soberania e a independência para Portugal com a história recente de tantos países da América do Sul, podemos percorrer pedalando outras longitudes para, pelo menos tentar não repetir erros e, quem sabe, ser até inovadores.

Aqui fica um pequeno exemplo elucidativo, bem elucidativo até, do nível da “coisa”.

CUIDEM -TAMBÉM- DE MIM, POR FAVOR

Posted in cycle of live with tags , , , on 9 de Agosto de 2013 by Humberto

Post muita bem gamado:

Nos últimos dias foram-me chegando notícias de 7 ou 8 atropelamentos graves de ciclistas, amadores e profissionais. Por favor enquanto conduzem se passarem por um ciclista abrandem, ultrapassem só quando não vier nenhum carro em sentido contrário e tentem deixar a distância mínima de segurança de 1,5 mt. Eu sei que também há ciclistas que não cumprem as regras de trânsito, mas lembrem-se que nós somos o elemento mais fraco e um simples toque pode ter o pior dos resultados. Cuidem dos ciclistas, cuidem de mim. Uma vida humana por uns segundos da tua vida.

cartaz distancia que aproxima

FALAR É PRECISO

Posted in cycle of sighns with tags on 27 de Maio de 2013 by Humberto

dot-helmet-testingSinto-me bem sempre que dou comigo encaixado na categoria falam-falam-mas-não-os-vejo-a-fazer-nada. Sempre há um alguém qualquer, com mais ou menos propriedade, a pretexto duma coisa ou de outra, mais ou menos a propósito, do meio duma qualquer menor ou maior discordância, que me cola, ou pelo menos tenta, a etiqueta de sócio do clube dos que só falam. E eu gosto. A sério que não me incomoda e se o escrevo é só para chamar a atenção para duas coisas.

Todos somos muito mais falação que fazemento pelo que falar é já um excelente começo para a acção. Porque a impossibilidade de ver não significa objectivamente a ausência do objecto, podendo ser provocada por mera incapacidade de registar na retina a luz reflectida pelo dito, pode ser que o exercício motivado pela comoção das células cerebrais do observador ao ouvir-me, o façam ver. E essa é uma das esperanças, talvez vãs mas seguramente modestas, que acalento ao falarzer. Confuso? É normal.

Quando o Ricardo Araújo Pereira termina o delicioso monólogo com a frase conhecida, faz um retrato redondo do sentido crítico mais inócuo. Descontado a graduação do nível de frontalidade com que a opinião do outro é contrariada com o défice entre conversa e acção, normalmente é sinal de escassez de argumentação. Algum ponto nevrálgico foi tocado e dispara um mecanismo que diverge a atenção do essencial para algo mais pessoal, íntimo. E eu gosto disso. Touché!

Repito: falar é fazer. Falar é debater, discutir, melhorar, corrigir, aprender sempre, uma coisa obrigatoriamente biunívoca e aprende-se ganhando razão, a nossa ou a dos outros. E há ainda a outra metade de cada um, a metade que efectivamente faz. É que se quem fala não é dono da verdade, tampouco quem executa é imaculado na acção. Na primeira vida desde blog alguém me disse várias vezes que o exemplo dado diariamente ao chegar ao trabalho a pedalar, valia mais que todas as letras gastas a desenhar pedais na cabeça dos outros. E eu concordava e lá ia consumindo suor e lá continuava a derramar militância pela ponta dos dedos.

Falava e fazia. Falamos e fazemos. E é exactamente por aí que nos podemos medir quando a questão for posta no juízo final e a primeira das duas de que falei a cima. Sermos voto derrotado não nos abala a coerência. E se o fazer é sempre susceptível de provocar opinião também o dizer deve ser motivo de apreciação. E por aqui vamos ao segundo aspecto que me surge no tema de hoje. Temos disponíveis online muito do que é o pensamento da massa de crítica lusitana e ciclista. Mas temos muito pouco debate.

Não é por acaso que os assuntos da mobilidade e por consequência da bicicleta, raramente têm espaço nas páginas dos jornais ou tempo de antena na rádio e na televisão. Não é coincidência que os “modos suaves” de transporte sejam tratados sempre como fait-divers, uma moda chique, uma excentricidade. O certo é que havendo da nossa parte um discurso quase apenas virado para dentro, onde apesar de existirem posições muito dispares sobre diferentes assuntos, não conseguimos animar o debate. E falar é preciso, é muito preciso, para congregar, esclarecer, motivar, empenhar. É que sem debate não há polémica e sem polémica não há notícia!