O papel que o senhor Enrique Peñalosa teve em Bogotá e a importância do seu legado é enorme. Num continente em que as questões da mobilidade ainda eram, e são, menos valorizadas que na Europa, Bogotá provou que é possível fazer muito com pouco.
Mas Bogotá e Peñalosa beberam muito na experiência pioneira de Curitiba, Brasil, e nas ideias de Ivo Arzua e depois na acção de Jaime Lerner. O Plano Director de Curitiba e o Sistema Trinário de Transporte fundaram o que viria a ser um exemplo seguido em cidades de toda a América.
Na actualidade existe um senhor arquitecto que lidera um grupo de trabalho presente nas urbes mais revolucionárias em matéria de cidades para as pessoas: Jan Gehl. Com intervenções que atravessam os seis continentes, aponta os erros acumulados por décadas de decisões erradas, mas sobretudo projecta soluções integradas, simples e eficazes.
No nosso país, nas nossas Universidades, nos nossos gabinetes de arquitectura há seguramente muitos bons técnicos. Pessoas que por méritos vários já provaram serem capazes de transformar para melhor muito do nosso país.
Há também muita pequenez de espírito. Muito caciquismo, muito sobranceirismo e snobismo. E pouca humildade para reconhecer que todos temos uma palavra a dizer. Para não falar nos interesses instalados, tantas vezes de face pouco oculta…
No fundo, a diferença de pessoas como Penalosa, Lerner e Gehl não é a obra, mas a capacidade que têm de estudar, interpretar e influenciar. Por isso ficam para a história, não porque querem, mas porque podem!
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