Arquivo de dream cycles

A BICICLETA ESTÁ A PASSAR POR AQUI

Posted in cycle to know with tags , , , , on 8 de Novembro de 2013 by Humberto

fotografia

Está a nascer a mais fantástica loja de bicicletas de Lisboa e arredores! Tal como uma bicicleta, tem três pontos de apoio.

Os pedais do projecto são a RCICLA que mudou as armas e as bagagens de Algés para a 24 de Julho. Bicicletas com personalidade, montadas ao gosto de cada cliente mas mais importante, de acordo com o bolso de cada um. Além de bicicletas completas, há bicicletas às peças -literalmente! acessórios vintage e uma oficina onde a experiência se alia à boa disposição.

Dia 24 de Novembro abre, por assim dizer o guiador: a RCICLA RENTALS. Um projecto único porque não permite concorrência no preço nem no serviço. Bicicletas perfeitas para conhecer Lisboa a um preço imbatível: 5€/dia! A ideia veio do país das bicicletas e se é verdade que Lisboa não é Amesterdão, mais verdade é que há ideias que podem e devem ser replicadas com garantia de sucesso. A RCICLA RENTALS é para quem quer conhecer a cidade e ficar com trocos no bolso para a bucha.

A terceira novidade, que podemos considerar o assento desta bicicleta, é a reabertura do GRÉMIO, o saudoso café para quem tem pedal (eu escrevi mesmo isto?). Um espaço aberto à partilha, onde a bicicleta será o ponto de partida para a conversa, exposições, livros, música, Le Tour, e o mais que houver.

Independentemente dos caminhos por onde as ciclovias e outras minudências nos levarem, a bicicleta está de certeza a passar por aqui!

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A TRIBO DO CALENDÁRIO

Posted in cycle of sighns with tags , , , on 20 de Outubro de 2013 by Humberto

bicicleta-indioSair por aí pedalando é ainda uma excentricidade para a grande maioria das pessoas que têm neste rectângulo o, por enquanto, lugar de poiso. Não é à toa que se ouvem barboseiras verdadeiramente admiráveis ou que se continuam a espalhar ciclóvias por Lisboa como quem constrói um cardápio de como aprender fazendo.

Hoje não vou por aí. Hoje vou deixar de lado as analogias de começar-a-construir-a-casa-pelo-telhado ou e-se-pavimentassem-as-ruas-primeiro ou o desesperante e-se-ordenassem-o-estacionamento, etc, etc, etc. Hoje vou-me ficar por uma coisa mais prosaica e e refrescante, particularmente para quem começa uma semana sem o totoloto no bolso nem ao menos a notícia do pedido de asilo de Passos, Machete, Cavaco & Co lá pelas terras do Panamá.

São engraçadas as tribos da bicicleta. Todas. Ainda não me percebi bem a minha mas gosto bué do pessoal que leva a coisa a rigor. Como somos poucos, mesmo que cada vez mais mas ainda poucachinhos, gostamos de nos identificar com aqueles que comungam dum gosto semelhante ao nosso, por exemplo por um certo tipo de bicla. Somos até capazes de adoptar uma determinada e muito a preceito indumentária, como se dum traje se tratasse. Adoptamos comportamentos de clã, do tipo só cumprimentamos o pessoal que tenha uma bicicleta com campainha ou os que tenham suspensão traseira.

Acho divertido, a sério que acho, sem pedantismos. Somos até capazes de elaborar filosoficamente sobre as vantagens para a defesa causa inerentes à militância numa e não noutra tribo. É ou não é? Os chics sabem lá como é que se promove a utilização da bicicleta ou parar num semáforo praquê? Ando a pensar em tatuar uma pedaleira na… Ui!

Enfim, também não é bem por aí que quero ir hoje e como a segunda-feira está quase a dar volta ao relógio, fica aqui em baixo uma razão para pormos em causa o universal, embora nunca provado, antagonismo entre os adeptos da fibra que tornou o senhor Du Pond ainda mais rico e os que preferem ensopar de suor o melhor tweed escocês. E já que o 2013 se encaminha para os finalmentes, podem sempre começar a escolher o calendário.

VAI DE CONTA-VOLTINHAS?

Posted in cycle to know with tags , , , , , , , , , , , on 2 de Outubro de 2011 by Humberto

O primeiro acessório que comprei para a Trek foi um ciclo-computador! Longe ainda vinham os tempos em que troquei o automóvel pelos pedais mas entretanto passei a saber sempre a quantos ia Boavista abaixo e se a volta pelo Parque da Cidade Invicta tinha sido maior que no dia anterior. Sabia exactamente a média horária e esperava bater a máxima sempre que tinha pela frente uma descida mais apelativa. Tudo funcionava a pedais excepto aquela caixinha que consumia uma pilha por ano, mas valia a pena, pois até me avisava para ir ao mecânico ver os óleos! Não havia bicicleta que não merecesse uma coisa daquela e a minha não seria excepção.

Com a chegada da montada todo-o-terreno só tive de instalar um novo sensor na suspensão dianteira e um suporte de guiador porque o “conta-voltinhas” aceitava dois tamanhos de roda. Em pouco tempo já eram mais as vezes em que me esquecia de o mudar de bicicleta. De regresso a Lisboa e a mudança de hábitos, chegou a primeira dobrável e houve que a equipar também com o respectivo computador de bordo. Desta vez e de forma a não estender mais cabos na Dahon, optei por um conjunto sem fios o que significou duas pilhas, uma no receptor e outra no emissor. Esta última de longa duração mas mais cara quando foi preciso substituir.

Quando me tornei um commuter em bicicleta, e já lá vão mais de seis anos, a curiosidade alheia traduzia-se em perguntas diárias, muitas delas respondidas com recurso aos dados mostrados no pequeno ecrã. Quantos quilómetros fazia, a que velocidade, em quanto tempo e eu, admito até um pouco orgulhoso, lá ia carregando nos botãozinhos e fazendo aparecer os valores que, se para uns seriam modestos, para a maioria estavam acima da pedalada. A verdade é que sem um destes aparelhómetros não saberia quantos quilómetros fazia por mês, quanto da viagem era a pedalar e quanto de comboio. Pude até comparar a velocidade média em duas e em quatro rodas.

Entretanto foram já vários os conta quilómetros que me passaram pelas bicicletas. Uns mais simples e outros com funções que nunca cheguei a utilizar, até porque a maioria dos computadores para bicicleta estão pensados com o ciclista-desportista em mente. São realmente fundamentais para um atleta monitorizar a evolução do treino através do controlo da cadência de pedalada, do batimento cardíaco, da energia produzida. Tudo através da medição da ponderação de vários valores por estes pequenos computadores. Os mais avançados permitem trabalhar a informação referente a todos os atletas duma equipa de ciclismo por meio duma aplicação informática dedicada. Nos equipamentos mais caros é até possível juntar todas estas funções ao registo GPS e obter uma análise total do desempenho em determinado percurso.

À media que a bicicleta vai ganhando terreno na cidade aparecem mais produtos desenvolvidos especificamente para o ciclista urbano. Quase todas as marcas mantêm uns quantos modelos de funções básicas como seja a distância percorrida total e parcial, velocidades máxima, média e no momento (VDO X1, Sigma BC509). Estes são normalmente mais baratos o que relativiza o prejuízo em caso de roubo ou perca. Há os mais específicos para commuting com ecrã iluminado para poderem ser utilizados à noite e existem até com cálculo do CO2 não produzido (Cateye Commuter). Existem modelos disponíveis em cores pouco ortodoxas (Knog N.E.R.D.) mas não menos atractivas(?).

Da última vez que o meu computador de bordo ficou sem bateria, acabou esquecido no fundo do alforge. É o que há mais tempo me acompanha e marcava já algarismos nas casas dos milhares. O totalizador era basicamente a única função que consultava a par do relógio. Com o tempo deixei de valorizar a sua utilidade. Com a rotina das deslocações já sabia os valores de cor e as médias mantêm-se inalteradas há muito. Quando concluí o projecto Raleigh ainda andei a ver na net um computador merecedor de ser instalado no seu guiador mas ainda não encontrei um que lhe faça jus à personalidade, embora esta bicicleta seja a que mais partido tiraria dum conta quilómetros já que é a mais errante de todas.

Um ciclista na cidade precisa de todos os sentidos bem acordados para lidar em segurança com os obstáculos. Se é engraçado ter a leitura imediata da velocidade a que passamos pelo meio dos engarrafamentos automóveis, não será menos certo que à mínima desatenção oferecemos um retrovisor novo a um desconhecido. Mesmo nos trajectos diários, há sempre boas razões para tirar partido da paisagem e não será ciclo+computador apenas um corta-barato?

Este texto foi muito tempo um dos inacabados rascunhos que guardo mas ao ler isto inspirei-me, mesmo arriscando ser acusado de plagiar, mais não seja o timming da publicação. Será que os ciclo-computadores fazem algum sentido para quem anda de bicicleta no dia-a-dia ou serão apenas instrumentos de apoio ao treino dos atletas? E o caro leitor usa ciclo-computador? E qual a importância que lhe dá?

BORRACHINHA REMENDADA

Posted in cycle to know with tags , , , on 11 de Julho de 2011 by Humberto

No artigo anterior, a par de algumas considerações derivadas das preferências deste escriba, ilustrei com escolhas materiais para o caso do caro leitor necessitar de inspiração para pôr à prova a sua perícia. O processo prático de trocar uma câmara de ar, um pneu ou fazer um remendo, não estiveram nos objectivos do texto. Até porque uma genérica busca pela rede e resultam abundantes filmes demonstrativos de como o fazer.

Em cidade, ou quem simplesmente comuta diariamente, sentirá provavelmente a necessidade de transportar uma mala ou um alforge, pelo que o espaço não será um grande problema. Para quem costume ir para os montes ou dar largas ao pedais pelas estradas secundárias, as minha modestas recomendações não servirão e grande consolo. Uns porque podem usar pneus sem câmara de ar e recorrer a produtos do tipo autosselantes, os outros porque o peso, o espaço e o tempo são mesmo limitados.

Depois de ler alguns válidos comentários ao artigo precedente, decidi tentar descrever os procedimentos minuciosos (!) que devemos observar desde que damos com o pneu vazio até podermos seguir viagem. Existem dois tipos de furo: os por rasgo e os por picada. Normalmente o primeiro é provocado pelo trilhar do pneu e pode acontecer em todo o perímetro da câmara de ar ou pneu. A subir ou descer um passeio, pavimento empedrado ou de terra com calhaus grandes, são situações propícias a este tipo de azares. Pode ainda acontecer que a câmara de ar ficou dobrada dentro do pneu ou a fita da jante já não cumpre a sua missão de proteção entre a borracha e a extremidade dos raios.

O segundo ocorre normalmente por impacto contra um objeto pontiagudo e verifica-se maioritariamente na faixa de rolamento do pneu/câmara. Pregos e outros objetos metálicos, pequenos ramos resistentes, espinhos, pedras e gravilha nova, cacos de vidro sobretudo de garrafas, podem originar furos lentos que só se fazem notar já muitas pedaladas à frente. No caso dum rasgo, o esvaziamento do pneu é rápido e muitas vezes até se ouve o silvo do ar a sair. Neste caso, o rasgo pode até nem ter remendo, ou requererá um remendo de maiores dimensões e a melhor maneira é usar-se um pedaço de borracha duma câmara de ar inutilizada.

Uma vez detetado o furo há que desmontar a roda do quadro. Se o pneu não estiver totalmente vazio será preciso abrir os travões de pinças para que a roda passe no meio das pastilhas. De seguida, com um dos desmontas enfiado entre o pneu e a jante de forma a que a borracha passe para o lado de fora do aro, circunda-se com o outro desmonta todo o pneu de forma a que um dos seus lados fique totalmente fora do aro e se possa extrair a câmara de ar.

A válvula, caso seja do tipo francesa (ou Presta), pode estar presa à jante por uma anilha que tem de ser desenroscada. A câmara de ar furada deve ser inspecionada mesmo que não a queiramos remendar logo. Encontrar o buraquinho ajudará a perceber o que esteve na origem do furo. Embora não seja necessário desmontar completamente o pneu do aro, eu prefiro fazê-lo. Assim posso verificar pelo tato e pelo olhar o estado da fita de jante e limpar qualquer impureza que esteja no interior no aro. Posso inspecionar melhor o interior e exterior do pneu à procura de alguns detrito que lhe tenha ficado espetado e eventualmente aplicar um remendo no interior do próprio pneu antes de voltar a montar a nova câmara de ar.

Há quem recorte uma tira de câmara velha e a fixe no interior do pneu como reforço na zona de rolamento. Acrescenta peso mas também resistência a furos por picada. Observando o sentido de rotação do pneu volta a montar-se um dos lados de novo na jante. Insufla-se algum ar na câmara de ar nova de modo a que ganhe forma e instala-se a válvula no lugar não apertando totalmente a anilha e observando que faz um ângulo de noventa graus com a tangente interior do aro (gostaram?). Com muito cuidado introduz-se a câmara de ar no pneu e, mantendo todo o cuidado para a não trilhar, passamos o segundo lado do pneu para o lado de dentro do aro. Se se tiver que recorrer aos desmontas, é fundamental que se redobrem os cuidados para não ferir a fina borracha da câmara.

Antes de encher de novo o pneu, convém verificar uma vez mais ambos os lados para certificar que tudo está uniforme e sem entalar a câmara de ar. Uma vez o pneu ajustado com a pressão correspondente, fixas-se a anilha da válvula mas sem aplicar demasiado aperto. Volta-se a montar a roda no quadro, reapertam-se os travões e verifica-se o seu funcionamento e faz-se a roda girar para ver se tudo está como deve. A câmara de ar furada arrumada e ala que se faz tarde!

No caso de se pretender remendar o furo no local, há que limpar e raspar a câmara na zona do furo, aplicar uma fina e uniforme camada de cola. Cuidado para não entrar cola pelo furo ou arrisca-se a inutilizar de vez a câmara de ar. Retirar a película protetora do remendo e pressionar bem as duas superfícies por um minuto ou dois. Deixar secar bem e encher um pouco para ver se a colagem foi eficaz. Reinstalar a câmara no pneu de acordo com o que ficou escrito acima.

Eu faço assim e não me tenho dado mal.

Há sugestões? Venham elas!

BORRACHINHA FURADA

Posted in cycle to know with tags , , , , , , , , , , on 10 de Julho de 2011 by Humberto

Um furo no pneu é seguramente um dos azares mais tremidos por quem sai por aí a pedalar. Não é prático transportarmos uma roda sobressalente com um pneu montado para o caso de alguma eventualidade desagradável ocorrer mas se uma roda não cabe no alforge, alguns pequenos artigos podem de lá sair caso a tal eventualidade surja pontiaguda no caminho. Um ciclista que comute regularmente sabe que a melhor maneira de evitar um furo é a prevenção. E como é que se previne um furo? Olhando à volta quase que me apetece dizer que a maioria dos ciclistas escolhe à partida bicicletas de montanha, equipadas com pneus grossos e cardados, com perfis capazes de enfrentar o mais agreste tapete faquir e ficar a rir das cócegas, pelo que a prevenção de furos está, aparentemente, no topo das prioridades. Se é verdade que os pneus de btt são mais resistentes que os outros, também é verdade que a resistência ao rolamento é uma grande desvantagem.

Com o aumento das bicicletas de cidade e outras mais versáteis, são também mais frequentes os pneus finos, oferecendo melhor rendimento e conforto. Contrariamente ao que possa parecer, uma faixa de rolamento lisa pode ser mais segura que um perfil com relevo. Por exemplo, pequenas pedras de gravilha, ao ficarem retidas entre as ranhuras do perfil, podem originar um furo muito tempo depois. Prevenir os furos passa inicialmente por escolher pneus reforçados na zona de contacto. Manter os pneumáticos com a pressão recomendada e usar uma câmara de ar indicada para a medida do pneu, bem instalada de forma a evitar vincos que possam originar rasgos mesmo a rolar em pisos seguros, é igualmente importante. Claro que evitar pavimentos com muitas arestas, como a calçada portuguesa ou zonas onde o álcool da noite anterior se transformou em cacos de vidro, ajuda e muito, à -parafraseando Paulo Bento- tranquilidade.

Nestas coisas de prevenção não há seguro que valha e que eles acontecem, lá isso acontecem, pelo que não fica mal a nenhum ciclista, por muito ocasional que seja, saber que reparar um furo on the road não é nenhum berbicacho desde que, claro está, disponha de ferramentas e não tenha problemas em sujar as mãos. Nos meus tempos de cidadão da invicta cidade, não poucas vezes, ao rolar pelo macadame do nobre Parque da Cidade fui traído pela resistência da borracha tailandesa. Se numa primeira vez subi a avenida da Boavista com a Trek pela mão, das outras desmontei, remendei e montei o pneu sob o olhar curioso dos passeantes portuenses. Soubessem que o desafortunado ciclista era mouro e outro olhar faiscaria…

A bicicleta é um meio de transporte que convida à evasão, à contemplação, à calma, à aventura. Quando o furo acontece é bom que nos lembremos disto! Vamo-nos atrasar, teremos que analisar o problema serenamente e preparar-mo-nos para a tarefa. O processo é simples: Tirar a roda do quadro; procurar no pneu a razão do furo, desmontar o dito cujo e a câmara de ar; caso não seja ainda visível o furo, vistoriar a câmara; colar o remendo; remontar o conjunto e repor a roda no lugar. Se tudo correr bem poderá não demorar mais que trinta minutos, a maior parte deles à espera que a cola seque. Conhecer as lojas de bicicleta que ficam nas imediações dos nossos trajetos habituais pode também servir de ajuda. Mas então o que convém ter dentro do alforge?

  • um conjunto de desmontas
  • uma câmara de ar
  • um kit de remendos
  • uma bomba
  • um conjunto de ferramentas
  • toalhetes

Einstein's Patch Kit

Park Tool Pre-Glued Patches

Continental Tour 28 Slim

Wrench Force & SKS

Chave de luneta 8 & Kit Ferramentas Scott

Ferramenta Multi-funções Leatherman Wave

Muita coisa? Depende da perícia. Esmiucemos então as bugigangas. Um par de desmontas em plástico duro ou metal pesa pouco e não ocupa espaço. A câmara de ar é para o caso do furo ser irreparável na estrada para além de permitir não perder tempo com os remendos. É muito prática se o azar chegar com jackpot, isto é, com chuva ou à noite. Os remendos podem ser de dois tipos. Os clássicos que envolvem um tubo de cola e um pequeno pedaço de borracha e os mais recentes remendos autocolantes. No dia a dia confio nos segundos mas para os passeios não dispenso o método ortodoxo. Bombas há muitas, embora também se possam dividir em dois tipos: as de dar ao braço e as de garrafinha de ar comprimido. Por ser mais rápida e prática mantenho sempre à mão a de recarga, mas prefiro sem dúvida a outra até porque tem um fiável  manómetro. O conjunto de ferramentas pode ser dedicado a estas coisas das duas rodas a pedais ou uma coisa mais elaborada. Preciso esmiuçar os toalhetes? Bem me parecia…

Então e a tal perícia? A relação que se estabelece entre nós e a bicicleta assumirá tantas formas como binómios houver. Embora possamos encarar a máquina como um simples e utilitário objeto, a bicicleta retribuirá todo o carinho e atenção que lhe dedicarmos. Trocar um pneu pode não ser pêra doce mas é seguramente uma bonita prova de dedicação. E quem não tem uma história de furo para contar? Você aí. Sim, o caro leitor -ou leitora que este blog é contra a discriminação por género- já remendou um furo? E quer partilhar essa experiência? Que tal essa perícia?

MÁQUINAS DE TRABALHO

Posted in cycle of live with tags , on 28 de Junho de 2011 by Humberto

De alguém que sabe muito bem o que diz chegou-me um pequeno texto e uma foto. Do texto dou-vos um excerto, a fotografia podem vê-la toda.

(…) observamos o que foram meios de transporte de muitos trabalhadores rurais que já partiram desta vida e por isso se sentem abandonadas à espera de outros destinos.(algumas na esperança de uma possível restauração para uma nova vida). Ainda tinham muito para dar cumprindo uma nobre função social de alivio nos sacrifícios de quem ainda hoje tenha que palmilhar muitos quilómetros.
(…)

FAÇA-SE LUZ!

Posted in cycle to know with tags , , , , , , , , , , , on 19 de Maio de 2011 by Humberto

À medida que a bicicleta se tornou companheira das minhas errâncias, ao contrário do que é voz corrente, começou a ganhar peso. Sim, porque apesar de se dizer que pedalar com regularidade é uma muito boa maneira de perder peso, se até pode ser verdade para o transportado, a transportadora normalmente acaba por ir compensando com umas gramitas ou mesmo uns quilitos acrescentados.

Sempre gostei de pedalar à chuva. Desde os tempos do todo o terreno que o som dos pneus a rolarem pela lama e através das poças de agua me agrada. O ar fica limpo, ou melhor lavado, pela chuva e há uma sensação de frescura em tudo à nossa volta. É bem verdade que quem anda à chuva molha-se e eu fazia tudo para minimizar a voz popular, pelo que me equipava a preceito. Um eficaz casaco amarelo garantia a secura do tronco embora só vestisse calças se o frio fosse demasiado, quando não, iria de calções. O casaco ainda o uso agora em trajetos exclusivamente urbanos mas tanto as calças como os calções estão atirados para o fundo duma mala donde não tenho ideia quando sairão…

Em todo o tempo que uso a bicicleta como meio de transporte apanhei apenas uma carga de agua que me deixou molhado até… (imaginem onde). O resto foram pequenas molhas enquanto não cheguei a abrigo de ocasião. Ter um bom casaco e umas calças verdadeiramente impermeáveis para os dias em que não há como esperar que passe, é a solução para desfrutar dum bom dia de chuva. Porém, mesmo quando já parou de cair chuva a agua acumulada no chão continua a molhar o ciclista, com a agravante de não só o molhar mas sobretudo de o sujar. Se a que cai vem limpa, já da que sobe não se pode dizer o mesmo. Pelo que o primeiro acessório que engordou a montada foi um par de guarda-lamas.

A primeira vez que o entardecer me apanhou a meio caminho, vivia então na cidade do Porto, a coisa ficou resolvida com meia dúzia de tostões trocados por um conjunto de luzes a pilhas. A dianteira parecia uma lanterna de brincar e a traseira era de prender ao espigão do selim. Cada uma podia ser ligada em variadíssimos modos de pisca-pisca o que transformava a viagem num evento bastante psicadélico. Na altura usava-se imenso mas aquilo nunca me convenceu, sobretudo a da frente que mesmo estando acesa em continuo, não iluminava o chão à minha frente. Acabei por manter a traseira mas substitui a da frente por uma cuja função não era exclusivamente dar nas vistas mas também ver o caminho.

Experimentei várias e posso dizer que deitei muito dinheiro fora. Algumas super bem cotadas entregaram a alma ao criador ainda antes das pilhas darem o berro, o que em certa medida justificava o preço. À altura não queria dar por uma luz a pilhas o mesmo que me custaria um conjunto alimentado a dínamo, até porque embora não houvesse muita escolha no mercado local, no global a coisa felizmente estava longe de ser desencorajadora. Então, um dia, lá decidi começar a estudar essa questão dos dínamos laterais e das luzes por eles alimentadas. A primeira opção foi um Luceo  e um Arcus da Spanninga. Modelos onde o estilo clássico se alia com linhas mais atuais. Sem entrar em considerações técnicas, que podem ser disseminadas nos lugares do costume, digo apenas que finalmente tinha luz na bicicleta a sério!

Na maioria dos países, porque a bicicleta é um veículo normal de transporte, tudo o que está com ela relacionado, tem regulação legal e carece do cumprimento das normas de segurança e funcionamento como qualquer equipamento, por exemplo, para automóveis. Existem no entanto exigências diferentes nos vários países “do norte”, mas dada a dimensão do mercado alemão, todos os produtos procuram ser aí certificados, o que é uma garantia de qualidade e segurança, digo eu. Posto isto, aqui fica a primeira recomendação: quando considerarem comprar acessórios de iluminação, verifiquem as certificações dos equipamentos. Com o problema da visibilidade resolvido num par de rodas, restava resolver o outro par, o par da coabitante.

Como as noites do Alentejo são mais ciclaveis com o caminho bem iluminado e a segurança deve ser a lanterna do caminho, a coabitante ficou com o par de luzes existente e eu continuei a reunir informação sobre dínamos. Sim porque as pilhas, mesmo as recarregáveis foram rapidamente postas no escuro. Em matéria de dínamos propriamente dito existem algumas opções como os da Axa-Basta e da Nordlicht, este últimos muito afamados mas relativamente mais caros. Os primeiros com versões em conta e com a vantagem de serem facilmente encontrados à venda em kit, junto com os faróis, por preços módicos. Segunda recomendação: estipule um orçamento para gastar em luzes e dínamo. Já agora, e em matéria de preços, convém deixar claro que pode ser necessário comprar alguns acessórios que possibilitem a montagem dos dínamos e as luzes na bicicleta, pelo que a escolha nem sempre é simples.

Por falar em simplicidade da escolha, podemos evidentemente confiar nas lojas e sus chicos mas isto é a deixa para a terceira recomendação: antes de ir ao mercado, reúna toda a informação que conseguir. Por exemplo, sabia que as lâmpadas de LED têm comportamentos diferentes das lâmpadas incandescentes ou das de halogeno? Eu não sabia e fiquei a saber porque tive que substituir um dínamo numa bicicleta antiga. Bom, mas isso é outra história. A capacidade dum dínamo fornecer energia bastante, mesmo a baixa velocidade, de forma à luz produzida ser suficiente é hoje muito facilitada pelos LED. O minha bicicleta ganhou então um conjunto da Busch & Müller que é sem dúvida superior ao da Spanninga. Escolhi o Dimotec 6 porque tem baixo ruído e permite facilmente trocar o disco de contacto com o pneu, consoante a estação do ano em que estamos, o botão de acionamento é muito prático e tem ajuste fino de distância à roda.

À frente montei um Lumotec Fly Plus que vale cada pedalada! A qualidade do foco é fantástica e em condições de escuridão absoluta permite-nos manter uma velocidade estável, pois a luz alcança com qualidade uns bons 15 metros, além de ser regulável on the move em três posições. O segredo do seu desempenho é o espelho refletor exclusivo da marca, que concentra o foco na zona da estrada que interessa manter iluminada. É caso para dizer só visto! Para farolim traseiro optei pelo D-Toplight XS Plus. Um LED de alto rendimento ladeado por refletores a sério que aumentam a visibilidade quando nele incidem os faróis de quem nos persegue. Montei esta luz na grade bagageira um pouco recuada de maneira a salvaguardar eventuais batidas ou rapadelas no transporte da bicicleta.

Ambas as luzes são acionadas instantaneamente às primeiras pedaladas e têm um condensador que as mantém acesas bem mais que o tempo que paramos num semáforo. As vantagens das pilhas em relação aos dínamos tem que ver sobretudo com o facto dos dínamos, pelo efeito de tração, retirarem rendimento à pedalada, o que é verdade mas displicente para quem como eu, é adepto do slow bicycle. Até porque o recurso à iluminação da bicicleta representa pouco do tempo que passo a pedalar, mas agora quando preciso tenho sempre “pilhas”! Para todo este material, e mais uma vez depois de procurar no mercado local, acabei por encomendar tudo via eBay.

Existe outro tipo de dínamos que estão incluídos nos cubo da roda da frente. Estes apresentam dois tipos de problemas, o primeiro é que ou se substitui a roda toda ou se tem que a refazer para instalar o cubo, segundo apresentam sempre alguma resistência mesmo quando em modo desligado. São no entanto mais duradouros e têm muito melhor rendimento energético podendo usar-se luzes com sensor de luminosidade ambiente e deteção e movimento. A Shimano, Sram e Sturney-Archer fabricam dínamos muito interessantes por preços que podem ser convidativos para quem estiver a fim dum projeto mais trabalhoso. São os mais populares nas bicicletas montadas com luzes de fábrica e cada vez mais comuns nas bicicletas urbanas. Podem inclusive juntar no cubo além do dínamo também um travão de tambor com as vantagens inerentes em termos de manutenção. A estes conto voltar aqui em breve.

Pedalar a qualquer hora do dia e sob todo o tipo de condições meteorológicas requer acessórios próprios. No que às luzes diz respeito creio serem as de dínamo que mais se adaptam à utilização urbana e o investimento que requerem não inclui nem pilhas nem conta da EDP. Embora a Reelight tenha lançado recentemente modelos de luzes fixa sem fricção, o seu desempenho ainda deixa bastante a desejar. Cruzo-me com muitos ciclistas sem qualquer tipo de luz a pedalarem no meio do trânsito desafiando a sorte e a segurança. Outros há que usam as irritantes luzes pisca-pisca que apenas assinalam a presença da bicicleta mas que em certas condições tornam difícil aferir da real proximidade do ciclista. Existem bastantes soluções de dínamo donde se pode escolher tendo em conta o orçamento e a bicicleta e os ganhos de segurança e conforto são significativos. Realmente não vale a pena ficar aí no escuro.

NO PRINCÍPIO ERA A BICICLETA

Posted in cycle of sighns with tags , , , , , , , , , on 15 de Maio de 2011 by Humberto

Qual é a essência da bicicleta? Se formos subtraindo peças a uma bicicleta de forma a que fique só o estritamente necessário a que lhe possamos continuar a chamar bicicleta, com que ficamos? Pouco mais que uma par de aros, cerca de meia centena de raios e dois cubos, uma forquilha e uma caixa de direcção mais um guiador e um avanço, um eixo e roda pedaleira, uma par de bielas e respectivos pedais, corrente e carreto, espigão e selim, uma mão cheia de parafusos  e, claro, o quadro. Grande parte do fascínio pelas fixie ou bicicletas de carreto preso, tem que ver com o minimalismo, com a máquina na sua forma elementar, reduzida apenas à essência como que dum perfume se tratasse. Conhecidas também por bicicletas de pista porque são usadas nas provas de ciclismo em circuito fechado, têm geometrias de tal forma agressivas que algumas dão a ideia de serem impossíveis de montar.

Construídas desafiando as leis da física para reduzir o peso ao máximo possível, permitindo ao ciclista mudanças de ritmo e acelerações ao nível dum testarossa. Identificam-se facilmente pela ausência de manetes de travão e guiadores despidos, com todo o seu esplendor cromado à mostra. Verdadeiros icons do ciclismo permitem de forma inigualável a união entre homem e máquina. Quem pretenda dominar um puro sangue deste calibre terá que reaprender todo o conceito de andar de bicicleta. O eixo da roda motriz é fixo fazendo com que a transmissão, pedais-pedaleira-corrente-carreto-roda sejam um só elemento, em que tudo está de tal forma ligado que qualquer que se seja a direcção em que se pedala, a roda girará de acordo, permitindo por isso andar de marcha atrás. Parar nestas bicicletas é muito mais difícil que andar, pois requer uma perfeita coordenação de movimentos de forma a evitar a imobilização repentina da roda e consequente mais que provável descontrolo da máquina! Ver uma perito manobrar uma fixie e apreciar as acrobacias que os melhores conseguem fazer é um espectáculo empolgante.

Se substituirmos o cubo da roda traseira por um normal, ou seja que só quando a corrente o faz girar no sentido dos ponteiros dos relógio é que prende, fazendo evoluir a roda, ficando livre quando se pára de pedalar ou pedalamos ao revés, transformamos uma fixie numa singlespeed. Como se perde o efeito de tracção contínua do pedal, é necessário montar pelo menos um travão. Mesmo escolhendo um modelo de manete pequeno e um travão à roda da frente, na opinião dos puristas é já uma concessão à tecnologia e um luxo desnecessário. Bicicletas usadas sobretudo pelos mensageiros, têm vindo a ganhar adeptos em todo o mundo, entre rapazes e raparigas constituindo um dos mais emblemáticos e carismáticos grupos de ciclistas urbanos nos cinco continentes. Modelos de pista das décadas de 70 e 80 do século passado atingem preços exorbitantes em leilões e há lojas que transformam bicicletas de estrada com 20 e mais anos em fixie e vendem-nas ao preço de modelos topo de gama actuais. Todos os grande fabricante de bicicletas que apresentam nos seus catálogos um ou mais modelos de fixie e há dezenas de pequenos artesãos das bespoke bikes que se especializaram neste enorme nicho de mercado.

Quando usadas como bicicletas de trabalho, os seus pilotos exigem que sejam extremamente fiáveis e seguras, se escolhidas por opção de estilo e usadas de forma utilitária, porque têm menos componentes, mais dinheiro pode ser gasto e cada peça é escolhida criteriosamente. São bicicletas onde encontramos o que de melhor há disponível no mercado e que reflectem no todo e nas partes, o carácter do seu proprietário como nenhuma outra. Vários fabricantes de peças para bicicleta têm estes ciclistas como compradores duma significativa parte dos seus modelos de topo. Há muitos que a eles destinam linhas exclusivas ou adaptadas e há até alguns, não poucos! fabricantes de componentes só para fixie e single. Já para não falar em lojas onde quem perguntar por um desviador é logo olhado com desconfiança… Como muitas destas bicicletas são fruto da transformação e utilização de quadros antigos, com geometrias e especificações mecânicas já não usadas, algumas marcas de material de ciclismo viram aqui uma oportunidade e reapareceram no mercado componentes que vieram possibilitar o ressurgimento de outros modelos e estilos de velocípedes. Bicicletas aparentemente condenadas ao esquecimento por falta de peças, puderam ser recuperados e não é por acaso que há cada vez maior procura por bicicletas vintage.

Casas houve que saíram duma situação de falência e conseguiram voltar a afirmar-se no mercado. A procura é de tal maneira maciça que algumas marcas se vêm a braços com a incapacidade de responder ao mercado. Uma caixa de direcção Chris King e um par de cubos feitos com especificações só encontradas na aviação militar como os Phil Wood, o couro natural do selim Berthoud montado em carris de titânio, um guiador Cinelli recuperado dell’epoca d’oro della pista, são tudo componentes onde se pode facilmente gastar uma ou duas ou até mais centenas de euros. Num tempo em que o maior fabricante mundial de peças introduziu mudanças com comando electrónico nas bicicletas de competição em estrada, no outro extremo verifica-se um regresso às origens e ao aço, onde o plástico não tem lugar e as bicicletas são montadas com a precisão da mais apurada mecânica de relojoaria. Bicicletas que têm cada uma o seu próprio cheiro. O cheiro da paixão!

Agora vou ali dar umas pedaladas e ver se ganho coragem para escrever sobre o desviador traseiro no próximo texto!

HÁ SEMPRE UMA SOLUÇÃO

Posted in cycle of live with tags , , , , , , on 3 de Maio de 2011 by Humberto

A propósito dum artigo e da troca de opiniões que se seguiu, recebi o texto que abaixo transcrevo. A bicicleta é sempre a solução e a que foi encontrada pelo José é mais uma prova da importância que a indústria nacional de bicicletas poderia ter se dedicasse mais tempo a compreender a reais necessidades de quem quer fazer da bicicleta o meio de transporte. Seguramente que o retorno financeiro não seria a salvação para a situação económica portuguesa, mas que ajudava ao deficit comercial e fazia bem ao ego, não restam dúvidas.

O importante é termos a coragem de sair por aí a pedalar. Querem um empurrão? Sigam o exemplo do José e tomem balanço a descer por aqui.

Bom dia!

Começo por agradecer a excelente recomendação do Humberto (SimplyCommuting) no seu comentário ao meu anterior testemunho, que me permitiu descobrir o seu magnífico site sobre o uso da bicicleta e – principalmente – sugeriu o uso de uma bicicleta eléctrica.
Assim, depois de muito pesquisar, optei por comprar uma BH Offroad 650. Claro que não é uma coisa de cidade, que é o que precisava, mas transforma-se bem…
Mudei os pneus para os meus preferidos brancos e gordos Fat Frank (não há mais confortável para os empedrados de Lisboa), troquei o guiador btt por um Electra Old School, com punhos Brooks, e para completar o principal comprei em segunda mão, numa simpática loja de Lisboa, um B67 da Brooks.
Juntei umas mariquices mais ou menos fundamentais (campaínha, luzes, conta-quilómetros, cadeado, bomba, saco de cabedal) e ficou como na foto anexa.
A electricidade mudou tudo! Passei a fazer 16,7km de percurso no mesmo tempo em que antes fazia 9,3km. E com o mesmo esforço!… Em 45min faço Olivais – Restelo ao fim da tarde e no dia seguinte volto no mesmo percurso em 50min (são mais 5min pela subida desde a zona ribeirinha). A autonomia é suficiente (à justa) para ir e voltar, usando sem economia o apoio eléctrico.
Recomendo vivamente!…
Abraço,
José S C

O ESCULTOR E A ARTISTA

Posted in cycle of live with tags , , , on 21 de Abril de 2011 by Humberto

Emprestei a bicicleta a um bom amigo pintor escultor professor carpinteiro pedreiro e mais umas quantas coisas, para que me acompanhasse, e a outros bons muitas outras coisas, a uma caldeirada feita por gente boa.

A logística do transporte da criançada que não cabia no atrelado e dos adultos de guarda estava resolvida de forma a que o Pintor -que não cabe no atrelado- teria de ir a pedalar ou à pata. A escolha foi evidente e ala que a pedalar também se conversa!

A fome saciada -e de que maneira! a garganta afinada -ai o medronho! a barriga desarranjada -efeitos colaterais da gula! a mais pequena a pedir alimento, demos as costas uns aos outros e os uns subiram a caminho do monte enquanto os outros lá foram dar de banhar aos miúdos.

Ele há pessoas assim que plantam poemas por todo o lado e há outras que não os deixam escapar. O escultor pousou delicadamente a bicicleta num tufo de juncos para que da areia protegesse a delicada máquina. Matéria de função.

A sensibilidade da fotógrafa foi o elo célere e sempre atento, único, que uniu para sempre o gesto simples da criação pelo registo ao eterno da contemplação. A pairar por cima disto tudo uma bicicleta que um dia se vai transformar em quadro…

… mas disso se dará notícia por aqui quando do sul regressar doutra vez.

foto by C

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