Arquivo de livros

A BICICLETA DE PABLO NERUDA

Posted in cycle of live with tags , on 19 de Novembro de 2013 by Humberto

image

Hyères, France, 1932 – Foto: Henri Cartier-Bresson (© Henri Cartier-Bresson/ Magnum Photos)

Todos os dias são forjados pela esperança de um Mundo mais livre, mais justo. Todos os dias amanhecem com o brilho das vidas dos homens que lutaram e lutam para o cumprimento do sonho da Liberdade e da emancipação.

Assinala-se este ano 4 décadas da morte do poeta chileno Pablo Neruda. Dos milhões de palavras que deixou ao amor, à mulher, ao Homem, Neruda escreveu esta Ode à Bicicleta, ou não fosse ela um veículo libertador.

Oda a la Bicicleta   

iba
por el camino
crepitante:
el sol se desgranaba
como maíz ardiendo
y era
la tierra
calurosa
un infinito círculo
con cielo arriba
azul, deshabitado.

pasaron
junto a mí
las bicicletas,
los únicos
insectos
de aquel
minuto seco del verano,
sigilosas,
veloces,
transparentes:
me parecieron
sólo movimientos del aire.

obreros y muchachas
a las fábricas
iban
entregando
los ojos
al verano,
las cabezas al cielo,
sentados
en los
élitros
de las vertiginosas
bicicletas
que silbaban
cruzando
puentes, rosales, zarza
y mediodía

pensé en la tarde cuando los muchachos
se laven,
canten, coman, levanten
una copa
de vino
en honor
del amor
y de la vida,
y a la puerta
esperando
la bicicleta
inmóvil
porque
sólo
de movimiento fue su alma
y allí caída
no es
insecto transparente
que recorre
el verano,
sino
esqueleto
frío
que sólo
recupera
un cuerpo errante
con la urgencia
y la luz,
es decir,
con
la
resurrección
de cada día.

Pablo Neruda, 1956

Salvador Allande e Pablo Neruda

Salvador Allende e Pablo Neruda

Advertisement

THE THING ABOUT IT

Posted in cycle to know with tags , on 22 de Abril de 2012 by Humberto

(…) the thing about cycing  isn’t that it’s healthy, or environmentally friendly, or fast, or convinient, or politically correct. The thing about cycle it is that it’s fun.

inThe Bicycle Book“, Bella Bathurst. HarperPress

 

Bella Barthurst pode ser lida regularmente no The Guardian (e ouvida também sobre este livro)

 

LEVA LÁ A BICICLETA!

Posted in cycle of live with tags , , on 17 de Novembro de 2010 by Humberto

Obrigado pela preferência. Obrigado a todos os que comentaram com um voto no artigo deste blog. Especialmente aos que votaram sem ninguém lhes ter pedido… Ainda por cima porque foram a maioria! Afinal tenho menos amigos que achem que mereço cem euros do que julgava e em contrapartida há por aí muito mais gente benevolente com o que por aqui vou ajuntando de letras e bonecos.

A nomeação foi uma agradável e sincera surpresa especialmente porque, como já disse, tenho que a mobilidade é o parente pobre da família ambientalmente consciente e activa. Talvez e também porque é muito mais fácil deitar o lixo em baldes coloridos que deixar de sentar o rabo todas as manhãs no estofo quentinho do treme-treme do popó. Verdes ou mais maduros todos andamos de uns lugares a outros todos os dias e é nessa actividade que gastamos a maior parte das nossas energias, das fosseis e das outras. Senti que a nomeação já foi um prémio.

A verdade é que da nomeação ao prémio foi um salto de 17 votos e os cem euros do prémio têm agora de reverter para uma agremiação segundo o que ficou solenemente prometido aqui. Acontece porém que, apesar do número elevado de visitantes durante o período da votação, a caixa de comentários não recebeu qualquer sugestão, pelo que decidi democraticamente aumentar o acervo da biblioteca da Associação Cultural de Desenvolvimento Económico e Social de Brejão, bairro Alentejano da freguesia de São Teotónio no concelho de Odemira.

Celebrando-se este mês o octogésimo oitavo aniversário do nascimento do José Saramago, quer este blog associar-se às comemorações entregando à ACDES algumas das obras que o escritor nos deixou, uma das quais como tinha que ser, será “A Viagem do Elefante” que a par da outra viagem, a a Portugal são testemunhos da importância que tem a errância, id est a mobilidade, na vida e na obra do escritor.

A universalidade das letras ganham asas depois do Nobel. Saramago leva em mão própria e pelo mundo afora a nossa língua e por ela foi aceite como escritor desassossegado e pensador desassossegador. A sua pegada carbónica terá sido enorme, como enormes são as páginas escritas no grande livro da Cultura deste pequeno país. Permito-me agora a honra de levar páginas do José a uma terra à qual e aos poucos me vou adoptando.

Vodpod videos no longer available.

LEITURA DE FIM DE SEMANA

Posted in cycle to know with tags , on 9 de Outubro de 2010 by Humberto

O livro que aqui deixo recomendado foi leitura pausada e prazenteira para algum tempo. Agora que o terminei acho-o de leitura obrigatória para quem olha a bicicleta como parte da solução para a mobilidade nas nossas cidades. Muito bem escrito e sobremaneira bem documentado, é um trabalho de Jeff Mapes, jornalista sénior especializado em política do The Oregonian, um diário de Portland, cidade emblemática na cultura ciclista dos Estados Unidos da América. Pedaling Revolution é um livro essencial para perceber os caminhos que a bicicleta está abrindo em terras do tio Sam. E como isto anda tudo tão bem ligado, sobra muito para trazer para casa.

Num tempo em que a bicicleta reclama um novo lugar numa sociedade totalmente autocentrada, o autor parte para a descoberta do estado da nação ciclista. De como o velocípede está a moldar a discussão em torno das questões do planeamento urbano e da mobilidade. Como as cidades estão a ser reequacionadas numa América que aos poucos vai despertando do sonho. Mates, ele próprio um commuter, maravilha-se em Amesterdão pela forma natural como nela coabitam bicicletas, peões, carros e camiões, leva-nos a São Francisco, Nova Iorque e Los Angeles a acompanhar bicicletadas. Preocupa-se com a obesidade e o sedentarismo, leva-nos à escola e mostra-nos variadas maneiras de levar o ciclismo urbano mais além da marginalidade social e do esquisitismo comportamental.

Pelas palavras de quem está à frente da maiores organizações locais de defesa e promoção da bicicleta, conhecemos um pouco da história do ciclismo urbano estadounidense. Do pioneirismo de Davis às dores de cabeça da Massa Crítica de NI, passando pela São Francisco da injunction sem esquecer a sua Portland, há muitos pedais revolucionários do lado de lá do Alântico. As questões da segurança, das ciclovias, das crianças, da economia, da política são analisadas de forma apaixonada mas sem ser panfletário. É um texo bastante revelador para quem como nós vive num mundo onde ainda há tanto por fazer.

ROLL & ROCK & ROLL

Posted in cycle of live with tags on 28 de Setembro de 2010 by Humberto

“Elvis teria que pedalar 259 quilómetros a uma velocidade de 27 km/h para queimar as 65.000 calorias que ingeria diariamente. Conclusão: O que matou Elvis foi a sua falta de pedalada crónica.”

– de “Number Freaking,” por Gary Rimmer

tirado do “Pedaling Revolution,” por Jeff Mapes

O VELHO E A ESTRADA

Posted in cycle of live with tags , , on 28 de Agosto de 2010 by Humberto

“It is by riding a bicycle that you learn the contours of a country best, since you have to sweat up the hills and coast down them. Thus you remember them as they actually are, while in a motor car only a high hill impresses you, and you have no such accurate remembrance of country you have driven through as you gain by riding a bicycle.”

Ernest Hemingway

(daqui)

TUDO O QUE SEMPRE QUIS SABER SOBRE A BICICLETA

Posted in cycle to know with tags , , , on 10 de Agosto de 2010 by Humberto

… mas nunca teve ninguém que lhe contasse.

Este blog tem muitas falhas e algumas manias, uma delas -manias, que as falhas deixo para quem quiser apontar- é prestar bastante atenção à atenção que a televisão dá a isto das duas rodas a pedal. Por vezes, infelizmente quase sempre do lado de lá das fronteiras lusas, tropeço em peças realmente fascinantes. Pela ideia, pela concepção, pelo conteúdo os vídeos que estão abaixo são uma boa razão para ter esperança… ainda não percebi é no quê!

A série Ride of My Life – The Story of the Bicycle foi produzida para a BBC4 e deverá ser emitida este mês no Reino Unido. Apresentada por Robert Penn, um ex homem de leis que um dia trocou as calças pinçadas por uns calções de ciclismo e saiu a dar ao pedal pelo mundo fora, percorrendo mais de 40.000 km!

Os programas de TV são baseados no livro com o título original It’s All About the Bike: The Pursuit of Happiness On Two Wheels. Rob Penn enceta uma viagem em busca da sua bicicleta de sonho e pelo caminho junta a história, a cultura e a ciência da bicicleta. Indo à origem dos melhores componentes de bicicleta, Penn diz-nos como o velocípede transformou a vida dos homens, apresentando-se hoje ao borde da sua segunda idade de ouro.

Apesar de ter saído do prelo há menos de um mês, o livro já conseguiu um lugar cimeiro na literatura ciclista. Se é de aceitar recomendações de estranhos, pois aceite esta.

Entretanto podem ir apreciando boa televisão.

Parte 1 de 6
Parte 2 de 6
Parte 3 de 6
Parte 4 de 6
Parte 5 de 6
Parte 6 de 6

OS PEDAIS DA LIBERDADE

Posted in cycle of live with tags , , on 25 de Abril de 2010 by Humberto

A Liberdade é também uma das conquistas da bicicleta.

A liberdade de movimentos, a independência da mulher, a vitória sobre as distâncias.

Foi o veiculo mais usado na luta contra a ditadura fascista.

Hoje liberta-nos da ditadura do automóvel e da do petróleo. Oferece-nos a liberdade de escolha.

A bicicleta foi, é e será sempre de Abril!

Viva o 25 de Abril de 1974!

Rogério Ribeiro, serigrafia para "Até Amanhã, Camarada" de Manuel Tiago

“A Bicicleta Deslizou Suavemente como se Nenhum Peso Levasse”

BICYCLE DIARIES por DAVID BYRNE

Posted in cycle of live with tags , , , on 4 de Agosto de 2009 by Humberto

Quando juntamos na mesma frase Nova Iorque e bicicleta, dificilmente não nos virá à lembrandura o nome e a música de David Byrne. Porque amanhã é bike wednesday aqui fica uma sugestão de banda sonora e um livro para ir lendo nas pausas do caminho*.

Since the early 1980s, David has been riding a bike as his principal means of transportation in New York City. Two decades ago, he discovered folding bikes and started taking them with him when travelling around the world. DB’s choice was initially made out of convenience rather than political motivation, but the more cities he saw from his bicycle, the more he became hooked on this mode of transport and the sense of liberation, exhilaration, and connection it provided. This point of view, from his bike seat, became his panoramic window on urban life, a magical way of opening one’s eyes to the inner workings and rhythms of a city’s geography and population.

Bicycle Diaries chronicles David’s observations and insights — what he is seeing, whom he is meeting, what he is thinking about — as he pedals through and engages with some of the world’s major cities. In places like Buenos Aires, Istanbul, San Francisco, and London, the focus is more on the musicians and artists he encounters. Politics comes to the fore in cities like Berlin and Manila, while chapters on New York City, and on the landscaped suburban industrial parks and contemporary ruins of such spots as Detroit, Pittsburgh, and Columbus are more concerned with history in the urban landscape. Along the way, DB has thoughts to share about fashion, architecture, cultural isolation, globalization, and the radical new ways that some cities, like his home town, are becoming more bike-friendly — all conveyed with a highly personal mix of humor, curiosity, and humanity.

* Ouvir música enquanto se pedala pode evitar escutar os sons do trânsito e é prática pouco segura. O bom senso deve imperar, sempre.

%d bloggers gostam disto: