A BICICLETA TEM AS COSTAS LARGAS


Que anda meio mundo a enganar outro meio, mais coisa menos coisa e fora uns pozinhos, já o povo, sabedor e experimentado mas nem sempre aprendedor, diz. Que isto da bicicleta tem sido uma forma de gente muito dada à palavra fácil trepar ao cume da popularidade sempre tão rentável em votos e poleiros, não me tenho cansando de apontar. E acrescento: a bicicleta tem as costas realmente muita largas!

O regresso do festival de música rock ao alto de Marvila deu mais uma oportunidade de, a pretexto do desfraldar duns quantos mais metros de ciclovia alfacinha, estenderem-se ao comprido os habilidosos do costume. Tirando o ar casual do Caetano e uns quantos senhores que não saem de casa sem sentirem as carnes bem aconchegadas, a filha do Roberto que se não pedala, malha muito, e mais uns quantos pedalantes de inaugurais, as fotografias são até cómicas. É que isto das bicicletas, quando toca a andar, requer equilíbrio senhores, equilíbrio!

Mais do que me ficar a rir da azelhice alheia ou apenas dar lastro à má língua anti-festivaleira, até porque vou finalmente poder rever o boss em Portugal, a ideia de poder fazer o regresso a casa montado e a pedalar é muito convidativa -não fora o facto de cá para os meus caminhos esta passadeira rosa não servir para nada, quero apenas chamar a atenção para pequenos detalhes. Acredito que são os detalhes que definem se uma coisa é bem ou apenas feita. São os pequenos pormenores que fazem a diferença. São as picuinhices que dão o brilho. Mas… nem tudo o que brilha é oiro.

Reparem nas manetas de travão da bicicleta do senhor da boina. Deve ser adepto duma cena mais racing

A quantidade de fotografias em que o José Caetano aparece ao lado do António Costa!

Onde está a ciclovia?

A boa da Roberta deve ficar a pensar que andar de bicicleta em Lisboa dá barriga!

E para terminar, a revista Caras diz que o José Sá Fernandes é que é o presidente da FPCUB. Sim, era só o que nos faltava!

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4 Respostas para “A BICICLETA TEM AS COSTAS LARGAS”

  1. Meu caro Humberto, o seu texto é lúcido, mas ácido e (releve-me o atrevimento), um tudo nada exagerado.
    É verdade que à volta de alguns nichos de popularidade há sempre o político a tentar ficar bem na fotografia, mas há também o activista dessinteressado que pretende que um projecto siga em frente.
    Eu por acaso não estive lá porque me atrasei, mas poderia ter estado e o meu interesse é apenas que a ideia da bicicleta se difunda, e para tal, como sabe, são importantes as ciclovias.
    Já experimentei parte da ciclovia em questão – só até à porta do parque, que estava fechado por causa do festival, mas parece que a ciclovia dentro do parque é bastante agradável.
    Espero usufruí-la em pleno após o festival, até porque moro próximo.
    Esta ciclovia liga à que vem da Av. Brasil/P. das Nações e vai até às Olaias, alargando os horizontes do ciclismo lisboeta.
    Por isso, e embora saiba que não há almoços grátis, estou grato a todos quantos contribuíram para a ciclovia aparecer.
    Sem esquecer que há muito a fazer e há muito que pode ser feito imediatamente – pois depende apenas de vontade política (admitindo que esta não esteja ainda penhorada pela Tróica…:):)

    • Caríssimo Francisco,

      O exagero é uma forma de pintar em tons mais garridos aquilo que quero relevar. As ciclovias são bem vindas na medida em que aumentem as condições de utilização em segurança da bicicleta. Sobre isso concordamos e a isso não me referi.

      Quanto ao mais, sabe bem o Francisco que os mais apenas debruçam as suas confortáveis barrigas ao guiador da bicicleta quando vislumbram uma máquina fotográfica. E os detalhes ficam para dar o tom do exagero.

      Nas fotos que utilizo pode vislumbrar-se em segundo plano todos os que utilizarão a ciclovia assim que o festival levante a tenda. Em segundo plano estão todos os que põem a bicicleta em primeiro plano. Mas nas fotografias, e tirando o porte atlético do Caetano, são os senhores barrigudinhos, com muito pouca vontade política, que pousam.

  2. Ó Humberto, e não diz nada sobre a gracinha da Roberta Medina – para mim, isso é um pecado ! :):):)
    Abraço e boas pedaladas,
    F

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